A Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras no Pará, parabeniza o companheiro Paulo Rocha p?ela campanha vitoriosa, que ?o fez nosso representante no Senado?, com 1.566.350 votos?,? vencendo uma batalha difícil com 9 candidatos que disputaram a única vaga existente. E hoje, o Pará tem um senador eleito e a classe trabalhadora tem um senador do diálogo e da capacidade de articulação. Paulo? Rocha ??traz na sua trajetória de vida, a organização da classe trabalhadora no Pará, desde a oposição dos gráficos que virou sindicato. E foi o primeiro presidente da CUT.Pa, e presidente do PT.Pará, detentor de cinco mandatos como deputado federal e desde ontem, senador eleito. ?Paulo Rocha é autor de dezenas de projetos de lei, sendo que oito foram aprovadas pelo Congresso Nacional e passaram a ser leis federais. Entre elas está a lei 9.777/1998 que tipifica o que pode ser considerado trabalho escravo, preenchendo uma lacuna no artigo 149 do Código Penal Brasileiro. Foi graças a essa propositura que O Ministério do Trabalho, em parceria com a Polícia Federal, puderam atuar e libertar centenas de trabalhadores rurais que viviam em situação análoga a de escravo. É da lavra de Paulo Rocha também o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que objetiva garantir o Fundo de Cultura. A proposta prevê uma rubrica fixa para financiamento da cultura, sendo 2% no orçamento do governo federal; 1,5% no orçamento dos Estados; e 1% no orçamento dos municípios. Desta forma vai ser possível incluir, valorizar e estimular a produção cultural brasileira. Em seu terceiro mandato na Câmara Federal o então deputado Paulo Rocha conseguiu aprovar a lei 10.507/2002 que regulamenta a profissão de Agente Comunitário de Saúde (ACS), aqueles servidores que visitam as famílias, de casa em casa, tanto na área urbana como rural. Junto com mais dois deputados do PT ele propôs e se empenhou pela aprovação da lei federal 10.779/2003, que assegura o direito a um salário mínimo durante 4 meses ao pescador artesanal, durante o período de defeso das espécies pesqueiras.? ?Com um perfil articulador, Paulo Rocha procurou sempre juntar todos os parlamentares federais em torno da defesa do Pará e da Amazônia. Por isso mesmo desempenhou, em várias legislaturas, o papel de coordenador da bancada paraense em favor dos grandes projetos regionais como a construção das eclusas (elevadores hidráulicos) para transpor a barragem da hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, obra que foi concluída no governo do Presidente Lula. Ainda garoto Paulo Rocha começou a trabalhar. Filho de pai lavrador e mãe professora primária, ele desde cedo ajudava a cuidar dos outros irmãos. Estudou até o quinto ano primário na cidade de Curuçá, onde catava caranguejo e siri no mangue, depois que saía da escola. Quando voltou para a então vila de Terra Alta, foi trabalhar na roça, ajudando em serviços de capina, coleta de lenha e transporte de água do igarapé para consumo da família numerosa, composta de 17 irmãos. Depois, passou um ano e meio ajudando o padre do município, que tinha a missão de assistir os fiéis de 125 localidades, espalhadas em três municípios: Curuçá, Marapanim e São Caetano de Odivelas. As visitas eram feira a pé ou em lombo de burro, duas vezes por ano. Paulo Rocha ajudava a organizar as fichas de batismo, de casamento e auxiliava o padre a rezar a missa, que na década de 50 e 60 ainda era feita em latim. Em 1963, já adolescente, Paulo Rocha foi recomendado pelo padre Edmundo ao padre italiano Bernardo Bertolucci, que estava instalando a Escola Salesiana do Trabalho, no bairro da Sacramenta, em Belém. O jovem foi matriculado para fazer o ginásio industrial e escolheu a área gráfica para ser seu ofício. Estudava pela manhã o ensino médio, à tarde a arte gráfica. Foi tipógrafo, impressor e laboratorista. Mas nos intervalos das aulas, ajudava na construção civil já que o prédio da escola ainda estava sendo erguido. Durante dez anos ele morou na área da escola, onde se tornou instrutor de arte gráfica.Em 1973 foi trabalhar na maior gráfica de Belém, naquela época, a Grafisa, onde recebeu seu primeiro salário. Junto com mais três companheiros gráficos, voltou para a Escola Salesiana do Trabalho, que enfrentava uma crise e a área gráfica estava paralisada. Os quatro fizeram um contrato de arrendamento e passaram a ensinar aos alunos o ofício gráfico. Ali eles imprimiram vários jornais, panfletos contra a ditadura militar até a edição no 5 do jornal alternativo “Resistência”, da Sociedade Paraense dos Direitos Humanos, em 1978. Paulo foi detido e levado para prestar depoimento na Polícia Federal, onde permaneceu durante 12 horas. Depois disso Paulo Rocha voltou ao primeiro emprego, onde permaneceu mais alguns anos até ser demitido, quando começou a juntar os trabalhadores em torno da oposição sindical dos gráficos. Apoiado pelos colegas, foi indicado juiz classista e passou a atuar na Justiça do Trabalho, nas juntas de conciliação e julgamento dos processos trabalhistas. Dali foi um passo para ganhar o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Gráficas, que passou a ser um espaço aberto a outros grupos de oposição sindical, tanto na cidade como no campo.? ?É com muito orgulho, que a CUT-PA parabeniza o seu senador, o senador de todos.? E parabeniza também os 46,30% de paraenses que escolheram Paulo Rocha para nos representar no Senador, utilizando as principais marcas de vida e militância política: diálogo, trabalho, liderança e articulação. ?Mais uma vez: parabéns, companheiro senador. CUT Pará?